Hugo Canoilas (Lisboa, 1977), licenciado em 2001 em Belas Artes na Escola Superior de Artes e Design e mestre em 2006 em Pintura na Royal College of Art em Londres, vive actualmente em Viena e é um artista cuja obra se foca sobretudo na reinvenção da linguagem da pintura. Para ele trabalhar vários meios e práticas é um modo natural de abraçar a contemporaneidade e aquilo que ela nos permite fazer.

Cnidário – agrupamento taxonómico de animais de corpo simples, como as medusas, as águas-vivas e as alforrecas.
Pólipos Cnidários Reparados Pelo Olhar do Observador é uma exposição que se centra na fauna e na flora marinhas, mostrando dois tipos de trabalho: peças em vidro que representam as medusas, e as telas de grande escala no tecto e nos rodapés que são então mais abrangentes a esse mundo marinho.
Como diz Ricardo Nicolau, um dos curadores da exposição, há a “apresentação de uma representação ou uma ideia genérica de medusa”, pois ao artista interessou mostrar o encontro que maior parte das pessoas tem com este tipo de ser vivo que, assim, são “massas gelatinosas mais ou menos informes avistadas na orla marítima.”

As medusas foram produzidas em conjunto com Conceição Cabral, uma artista do vidro formada na Marinha Grande. Este trabalho colaborativo é também muito comum na obra de Hugo Canoilas, pois tem interesse em trabalhar com diferentes materiais e técnicas. Em técnicas que não domina, como o caso do vidro, faz questão de ter um papel na execução das peças, pois quer ser surpreendido pelo resultado final de algo que tenta pela primeira vez. Desta forma, dá também oportunidade ao artista com quem trabalha de testar e desafiar os limites das áreas que tão bem conhecem.
As telas no tecto e nos rodapés estão colocadas sobre caixas de luz, caixas essas que funcionam como os focos de luz da sala de exposições e que ajudam a criar uma luminária diferente nas peças de vidro colocadas no chão, influenciando a forma como são vistas.

Ocupa o tecto, o chão e os rodapés, zonas normalmente excluídas enquanto espaços expositivos, como forma de confundir o público sobre como devem agir perante uma obra de arte e a tentar perceber quais os limites que se devem adoptar nesta situação. A utilização destes espaços menos convencionais para expor são também algo característico no trabalho do artista.
Desta forma, com as peças colocadas em locais não habituais, as caixas de luz, o tema da fauna e flora marítimas, a colaboração com outra artista e a experimentação das peças, Hugo Canoilas faz com que “a Galeria Contemporânea do Museu de Serralves pode ser entendida (…) como uma gruta submersa”, tal como nos diz Ricardo Nicolau. Gruta essa que nos convida a entrar e que nos acolhe, deixando-nos confortáveis para absorver todos os elementos que dela fazem parte.
A exposição está patente em Serralves até ao dia 9 de Maio. Enquanto os Museus não reabrem, podem ficar a saber e ver um pouco mais no site da Fundação: https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/2010-hugo-canoilas/
Olá,
Adorei o artigo!
Esta exposição parece muito interessante, adorei tanto os tetos como os rodapés da exposição, parece que nos transporta para outra dimensão.
Já me imagino a passear por ali de cabeça no ar, a ver aquela imensidão 🙂
Bom trabalho!
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Obrigada. 🙂
É uma exposição que realmente vale a pena.
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Que exposição tão….etérea!
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Hugo Canoilas nunca desilude e deu-nos um bocadinho do oceano para dentro de 4 paredes.
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