Embora não seja celebrado em todo o mundo, o Dia de Acção de Graças é uma data que todos conhecemos, nem que seja pela sua constante presença no mundo da televisão e do cinema. Pelo proximArte assinala-se este dia da melhor forma: com uma obra-de-arte que vai ser analisada e dissecada no presente artigo.
Eram várias as obras que poderiam figurar aqui, mas a escolhida é uma das imagens norte-americanas mais conhecidas: Freedom From Want, de Norman Rockwell, uma das obras mais emblemáticas do artista e que, normalmente, é associada a este Dia de Acção de Graças, embora o seu significado vá muito para além disso.

Norman Rockwell, Freedom From Want, óleo sobre tela, 1943. Norman Rockwell Museum. Fonte: NRM.
Como sempre, vamos começar por falar um pouco sobre o criador da obra. Norman Rockwell foi um artista norte-americano que nasceu a 3 de Fevereiro de 1894, em Nova Iorque. Desde novo mostrou interesse em seguir a carreira de artista e uma escolaridade artística que começou aos 14 anos viria a dar-lhe as bases para os seus primeiros trabalhos pagos, bem como as técnicas nas quais confiou durante toda a sua carreira. Também o sucesso apareceu cedo, sendo que é aos 16 anos que tem a sua primeira comissão ao desenhar um conjunto de quatro cartões de Natal. Ainda adolescente, foi contratado como director artístico da Boy’s Life, a revista oficial dos escuteiros (masculinos) da América, cargo que o lançou numa carreira de sucesso como ilustrador freelancer de uma variedade de publicações.
Em 1916, aos 22 anos, Rockwell pinta a sua primeira capa para o The Saturday Evening Post, jornal com o qual viria a contribuir durante 47 anos num total de 322 capas criadas. Mas sobre este meio de comunicação falarei mais à frente.
O artista muda-se, em 1939, para o Vermont com a sua segunda esposa e os seus três filhos e não só estas décadas de 1930 e 1940 são as mais prolíficas da sua carreira, como é também a altura em que o seu trabalho começa a reflectir a vida americana das cidades mais pequenas.

Clemens Kalischer, Norman Rockwell no seu estúdio, 1960. Fonte. NPR.
Norman Rockwell trabalhou com recurso a modelo vivo até 1937, ano em que começou a optar por fotografar os modelos nas poses pretendidas. Não só era algo mais fácil e barato, como também permitia que o pintor pudesse capturar acção e a cena de vários ângulos, incluindo de cima e de baixo, bem como pedir poses mais complicadas às pessoas, pois sabia que elas não passariam horas a posar daquela maneira. Tem um assistente que fotografa os modelos nas poses pretendidas e, se possível, inseridos no ambiente que o pintor deseja mostrar na tela: um jardim, uma escola, um café, etc. Fazia um esboço da ideia e explicava a história da imagem aos modelos de modo a terem uma noção mais concreta de como interpretar a sua personagem no momento da fotografia.
Depois das fotografias, Rockwell escolhia qual a que estava mais próxima da sua ideia e projectava as imagens numa tela para depois delinear todos os elementos; o passo seguinte era fazer um esboço a lápis. No momento de pintar, usava papel de arquitecto para passar o esboço final a carvão para a tela/tábua de madeira onde pintava a óleo. Era perfeccionista e se algo corresse mal repetia até conseguir o que queria, não tendo problema em começar tudo do zero.
Os temas suaves que trabalha nas suas obras levam muitos a crer que Rockwell era conservador, mas na verdade tinha ideias progressistas, as quais tinha de esconder para ir ao encontro do que os seus mecenas tinham como regulamento – no The Saturday Evening Post tinha que obedecer a convenções e restrições de publicação que vinculavam o que poderia ou não aparecer nas capas, algo muito comum nas décadas de 1940 e 1950. Um exemplo deste jornal é o facto de só permitir que as minorias aparecessem apenas em funções servis.
A Rockwell interessava sobretudo agradar ao patrão e de todas as vezes que enviava um trabalho novo ficava petrificado com a ideia de ser rejeitado, mesmo quando a sua obra era já um sucesso garantido.
As suas obras só reflectem temas mais polémicos/sensíveis como as divisões de classe, valores democráticos e aceitação de todas as raças e religiões (valores que sempre defendeu e que muitas vezes sentiu necessidade de expôr no seu trabalho) depois de deixar o jornal, algo que acontece em 1961, o mesmo ano em que começa a trabalhar com a revista Look numa parceria que viria a durar uma década. É ali que pode, finalmente, dedicar-se a mostrar não só as suas preocupações mais profundas como os direitos civis e a luta dos Estados Unidos da América contra a fome, mas também os seus interesses pessoais como a exploração no espaço.
Sem pensar muito no assunto em termos específicos, eu mostrava a América que eu conhecia e observava a outros que poderiam não ter reparado.
– Norman Rockwell.
Para além de pintar a vida americana, Rockwell é também autor de alguns retratos de Presidentes como Eisenhower, John F. Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, bem como de outras figuras conhecidas como Gamal Abdel Nasser, Jawaharial Nehru e Judy Garland.

Um lado a lado da fotografia preparatória com a obra final.
Norman Rockwell, The Runaway, óleo sobre tela, 1958. Fonte: NPR.

Clemens Kalischer, Norman Rockwell a dirigir os actores, 1957.
Para dar foco à obra aqui em análise, é necessário explicar um pouco de onde nasceu a vontade de trabalhar o tema em questão.
Em 1942, comissionado pelo Ordnance Department of the U.S. Army, Rockwell criou uma pintura de um homem armado com necessidade de munições – Let’s Give Him Enough and On Time -, imagem essa que foi distribuída por várias fábricas para encorajar à produção. Mas ele almejava fazer algo mais para o esforço de guerra e para isso vai buscar as Quatro Liberdades que o então Presidente Franklin D. Roosevelt (1882-1945) referiu no Discurso do Estado da União, em Janeiro de 1941. Para Roosevelt um mundo pós-guerra assentava em quatro liberdades humanas básicas: a liberdade de expressão (Freedom of Speech), a liberdade de religião (Freedom of Worship), a liberdade de viver sem penúria (Freedom of Want) e a liberdade de viver sem medo (Freedom of Fear). Na altura deste discurso, os Estados Unidos da América ainda não estavam envolvidos da Segunda Guerra Mundial, mas já sentiam os seus efeitos, pois muitos dos seus aliados e parceiros de trocas comerciais faziam parte dela. Posto isto, o discurso do Presidente não teve uma ressonância imediata no país, algo que mudou onze meses depois com a entrada na guerra.
São essas Quatro Liberdades que Rockwell decide ilustrar, considerando o seu trabalho uma forma de ajudar as pessoas a perceber melhor estas liberdades e os motivos pelos quais a América luta.
A ideia estava lá, mas não sabia como a trabalhar e não queria falhar nesta sua dedicação e homenagem ao Presidente e ao povo americano. É quando comparece numa reunião municipal e vê um dos cidadãos a levantar-se para expressar uma opinião impopular, que percebe que a sua inspiração será os que moram na sua vizinhança, dando destaque a cenas simples do quotidiano.
Faz alguns esboços e viaja até Washington para expôr a sua ideia. No entanto, o timming não era o certo, pois o Departamento que anteriormente o contratara não tinha agora os fundos necessários para mais uma comissão. Na viagem de regresso a casa, decide fazer uma paragem na Curtis Publishing Company, a editora responsável pelo The Saturday Evening Post que imediatamente fez planos para usar as ilustrações. Ben Hibbs, o editor do jornal, pediu a Rockwell para pôr de lado os restantes trabalhos que tinha em mãos de modo a conseguir dedicar-se em pleno a esta série para a qual lhe foi dado oito semanas para terminar, e a qual só estaria completa sete meses depois.



Esquerda: Norman Rockwell, Freedom of Speech, óleo sobre tela, publicada a 20 de Fevereiro de 1943. Norman Rockwell Museum.
Centro: Norman Rockwell, Freedom of Worship, óleo sobre tela, publicada a 27 de Fevereiro de 1943. Norman Rockwell Museum.
Direita: Norman Rockwell, Freedom of Fear, óleo sobre tela, publicada a 13 de Março de 1943. Norman Rockwell Museum.
Fonte: Norman Rockwell Museum.
As ilustrações foram publicadas em semanas consecutivas entre 20 de Fevereiro e 13 de Março de 1943 e eram acompanhadas, na página subjacente, por ensaios escritos por autores seus contemporâneos que exploravam o mesmo tema que a imagem.
Freedom of Want é publicada a 6 de Março, inspirada no Dia de Acção de Graças, tornando-se posteriormente também ela própria um modelo para essa data. É também conhecida como The Thanksgiving Picture ou I’m Home for Christmas.
Nesta obra vemos, numa espécie de moldura em forma de A à volta da mesa de refeições, uma suposta família caucasiana de classe média composta por três gerações e encabeçada pelo pai/avô que se levanta do seu lugar à cabeceira enquanto a mãe/avó coloca o perú na mesa. Um momento que passa despercebido pelos restantes familiares que estão envoltos em conversas, sorrisos e gargalhadas, mostrando que vivem de acordo com as Quatro Liberdades, pois não estão ansiosos pela refeição – é apenas um momento de comunhão em família onde calha de haver comida.
Como referido, Rockwell pintava com recurso a modelos, os quais pertenciam ao seu círculo próximo familiar, de amizade ou até de vizinhança. Nesta obra vemos um pouco disso tudo: a sua esposa (que aparece do lado esquerdo), a sua mãe, a cozinheira da família (que assume o papel de matriarca e que cozinhou realmente um perú, o qual o artista relata ter provado mais tarde) e ainda o vizinho Jim Martin (no canto inferior direito) que aparece em todas as Quatro Liberdades.
Uma prova das suas ideias progressistas é o facto de Rockwell frisar que esta família é constituída por pessoas que não são ligadas por sangue, mostrando que a família pode ser quem escolhemos, quem nos faz bem e quem nos faz sorrir. E enquanto vemos a pintura somos também nós parte da família: não só porque a mesa extrapola o limite da tela, mas também porque o homem no canto inferior direito desvia o olhar para nós como que a inserir-nos na conversa. Explora, assim, a questão de quem queremos à nossa mesa num modo antecipatório para trabalhos mais tardios como Golden Rule, de 1961, no qual aborda o tema dos direitos civis.


Norman Rockwell, Freedom From Want (detalhes), óleo sobre tela, 1943. Norman Rockwell Museum.


Norman Rockwell, Freedom From Want (detalhes), óleo sobre tela, 1943. Norman Rockwell Museum.
Certamente conhecedor da História da Arte, é provável que A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, estaria no seu pensamento, sendo que podemos traçar algumas similaridades: tanto essas personagens como as de Rockwell estão como que emolduradas por uma janela que se revela fonte de luz; as dobras em ambas as toalhas; as pessoas sentadas à mesa que desviam a sua atenção da cena principal.
Também o homem que nos olha do canto inferior direito se assemelha a outras obras, como por exemplo A Adoração dos Magos, onde Sandro Botticelli nos olha nesse mesmo modo; ou ainda a obra Indústria de Detroit, de Diego Rivera que segue essa linha com uma personagem que olha para quem observa o mural. É quase uma quebra da quarta parede que tanto ouvimos falar no mundo cinematográfico.
No que toca à comida representada, Rockwell teve, aquando a realização do trabalho, algumas dúvidas sobre pintar um perú tão grande, pois muitos eram os que morriam de fome pela Europa. Essa seria, exactamente, uma das críticas mais levantadas em relação à pintura – a abundância de comida que mostra. Mas é também notória a já referida ideia de família e segurança que passa para quem observa a obra; ideia essa que é precisamente o ponto central da imagem – um sentimento tão forte que faz com que todos ignorem a comida e se concentrem a conversar e a trocar sorrisos uns com os outros.
Mas, ainda assim, a presença do perú é contrabalançada pela simplicidade da restante comida à mesa: uma caçarola fechada, um prato de aipo, molho de arando e uma taça de fruta. Não esquecendo que a única bebida que enche aqueles copos é a água.
Foi uma obra aceite genericamente pelo público americano, mas na Europa foi considerado algo com falta de tacto tendo em conta o momento difícil que atravessavam, pois consideravam que mostrava abundância a mais e não o direito de ter o necessário para sobreviver. Rockwell teve medo, ainda antes da publicação, que fosse percebida de forma errada: a sua intenção nunca foi mostrar abundância, mas mostrar que devem existir as possibilidades económicas que garantam a cada nação, família e pessoa uma vida saudável.

Norman Rockwell, Freedom From Want (detalhe), óleo sobre tela, 1943. Norman Rockwell Museum.

Norman Rockwell, Freedom From Want (detalhes), óleo sobre tela, 1943. Norman Rockwell Museum.
Rockwell disse que esta foi a mais fácil das quatro de criar, mas mesmo assim é uma obra elogiada pelo seu domínio técnico na pintura de branco-sobre-branco, como podemos ver na loiça branca sobre a toalha branca, bem como a textura conseguida com os elementos de brilho da loiça e a transparência da água nos copos.
Freedom From Want é uma obra repleta de luz que ilumina toda a cena. Há também um equilíbrio muito grande nas cores utilizadas, sendo que há um foco maior para o branco; e depois para os tons azulados da parede e da blusa da matriarca; seguindo-se de cores mais quentes, sobretudo castanhos, que vemos em alguns elementos da comida, mas também nas faces de todos os intervenientes; o fato preto do patriarca da família é o ponto mais escuro de toda a composição.
Conseguimos perceber toda a atenção dada a cada detalhe, desde o brilho do saleiro e pimenteiro de prata; à textura da comida, em especial à pele cozinhada da ave; não esquecendo os fios de cabelo das várias personagens.
Como mencionado, as Quatro Liberdades foram acompanhadas no The Saturday Evening Post por textos. Para a Freedom of Want, este ficou a cargo de Carlos Bulosan (1913-1956), um imigrante filipino, escritor e organizador trabalhista que escolheu falar sobre a privação e a violência suportada pelos imigrantes asiáticos na Costa Oeste. Quando leu o texto, Rockwell ponderou em destruir o quadro e começar de novo, por achar que a sua imagem ilustrar aquele texto poderia ser vista como pura ignorância. O editor pediu para ele continuar o trabalho, pois o texto e a imagem não tinham que condizer, mas sim reflectir sobre o mesmo assunto.

Norman Rockwell, Freedom From Want (detalhes), óleo sobre tela, 1943. Norman Rockwell Museum.

Imagem e texto lado a lado no The Saturday Evening Post, 1943. Fonte: AtomicRanch.
Uns meses depois da publicação das imagens, em Maio de 1943, representantes do jornal e do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América anunciaram uma campanha conjunta para vender selos e títulos de guerra numa tour nacional que incluiu as Quatro Liberdades, bem como mil cartoons e pinturas originais de outros artistas e manuscritos do The Satruday Evening Post. A exposição viajou por dezasseis cidades, foi visitada por mais de uma milhão de pessoas e arrecadou um total de 133 milhões de dólares em vendas. Cada título podia ser comprado por 25, 100 ou 1000 dólares e os compradores recebiam um conjunto de impressões das quatro pinturas. Para além disso, o Departamento de Informação de Guerra imprimiu quatro milhões de conjuntos adicionais nos quais colocou o apelo “Buy War Bonds” (comprem títulos de guerra) para distribuir nas escolas e instituições norte-americanas, mas também no estrangeiro.
Freedom of Want é uma das obras mais parodiadas do século XX, aparecendo em séries e filmes como The Simpsons, Modern Family e ainda num desenho do universo Batman numa cena com Joker e Harley Quinn como protagonistas.
Em 2018, os fotógrafos Hanks Willis Thomas e Emily Shur criaram um conjunto de 82 fotografias que davam um tom moderno às Quatro Liberdades, reforçando as várias etnias, raças, religiões e orientações sexuais, numa tentativa de incentivar à votação que decorria dali a uns dias.
Apesar de tanto sucesso num espaço de alguns meses, 1943 foi, no entanto, também um ano de desgostos para o pintor, pois um incêndio destruiu o seus estúdio em Arlington, o qual estava recheado de várias pinturas e da sua colecção de disfarces e adereços históricos que usava para as fotografias preparatórias.

Freedom from Want, poster baseado na série Quatro Liberdades de Norman Rockwell. Impresso pelo Gabinete de Impressão do Governo para o Gabinete de Informação de Guerra, 1943. National Museum of American History. Fonte: NMAH.


Esquerda: Mark dos Santos, 2011. Fonte: IfIt’sHipIt’sHere.
Direita: Lilo & Stitch, 2002. Fonte: Pinterest.

The Simpsons, 2017. Fonte: IfIt’sHipIt’sHere.


Hanks Willis Thomas e Emily Shur, reinterpretações de Freedom From Want, 2018. Fonte: GalerieMagazine.
Em 1973, Rockwell estabeleceu um fundo para preservar o seu legado, dando a custódia das suas obras à Old Corner House Stockbridge Historical Society, agora Norman Rockwell Museum, formando assim o núcleo principal da sua colecção e exposição permanente. Em 1976, adicionou a esse fundo o seu estúdio e todo o seu recheio, pois preocupava-se com o que lhe aconteceria após a sua morte.
As Quatro Liberdades integram a colecção do Norman Rockwell Museum onde estão expostas numa sala a elas dedicadas e que convida à reflexão na sua mensagem inspiradora.
Norman Rockwell faleceu pacificamente em casa a 8 de Novembro de 1978.

Norman Rockwell, Triple Self-Portrait, óleo sobre tela, 1960. Norman Rockwell Museum. Fonte: NRM.
A pintura de Norman Rockwell é uma Arte de nostalgia por remeter de modo directo para a altura em que é criada, seja pelas vestes e objectos que compõem as imagens ou pelos cenários e indicações de momentos específicos da História dos Estados Unidos da América, como é exemplo esta Freedom From Want.
Considerado por muitos o mais emblemático ilustrador norte-americano (mesmo durante a vida), o trabalho figurativo e narrativo de Rockwell conseguiu inserir observações e apelos sociais aguçados em algumas das suas obras. Mesmo que a obra aqui em análise não reflita um desses exemplos, não podemos desconsiderar a força que conseguiu com esta série das Quatro Liberdades, pois moveu muitas pessoas a preocuparem-se com o que acontecia no país e no mundo e a tentar ajudar de alguma forma.
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Referências:
ArtNet – Norman Rockwell’s Turkey Feast Is a Thanksgiving Touchstone—Here Are 3 Things You Might Not Know About ‘Freedom From Want’;
ArtRef – Quem Foi Norman Fucking Rockwell?;
Galerie – Two Photographers Give Norman Rockwell’s “Four Freedoms” a Modern Update;
Google Arts & Culture – Norman Rockwell;
Milan Art Institute – Art That Changed the World: The Freedom From Want;
The Museum of Fine Arts, Houston – Norman Rockwell’s “Four Freedoms”;
Norman Rockwell Museum – Norman Rockwell: a Brief Biography;
Norman Rockwell Museum – Norman Rockwell’s Four Freedoms;
Youtube – Norman Rockwell’s Painting Process.